quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os prós e contras da redução de estômago

Amei essa postagem do amigo Alexandre em pensando leve da pagina Bem Estar...




 

 
O que há de bom após a cirurgia bariátrica
Antes de falar no que há de bom, é preciso registrar algumas situações que ocorreram comigo e que acredito ser de grande valia para todos os que estão acima do peso.
Nunca fui uma pessoa vaidosa ou me senti atingido por qualquer comentário em relação ao meu peso. Sempre convivi bem socialmente com isso, frequentava praia numa boa, comprava roupas grandes quando não tinha menor e tudo o mais. Ou seja, a parte estética nunca foi levada em conta para realização da cirurgia. Se isso ocorreu, fez parte do meu subconsciente e não percebi.
O que me motivou a procurar um médico foi minha parte física, isto é, o fato de eu dormir parecendo uma serra elétrica, de tanto roncar, dormir mal, perceber que o nível de colesterol estava aumentando, que a doença que tenho no fígado (esteatose) estava piorando, sentir dificuldade para amarrar um sapato e por aí vai.
Foi com base em tudo isso – e após ter feito inúmeros regimes, com ou sem medicação, exercícios e idas e voltas a nutricionistas –, que percebi que minha fome continuava devastadora. Conseguia emagrecer com muito sacrifício e passando fome mesmo, mas depois engordava o dobro. Consequentemente, passei a pesquisar sobre a cirurgia.
Durante um ano, vasculhei a internet e consegui sanar todas as dúvidas que foram aparecendo. Passei então a procurar um médico, e cheguei a ir a alguns profissionais até descobrir que o dr. Marcelo Salem, que já tinha realizado uma biópsia no meu fígado por causa da esteatose, também estava operando. Foi aí que me senti seguro.
Tenho que confessar: sou privilegiado, graças a Deus tenho plano de saúde e, desde a consulta até a operação, não se passaram nem 100 dias, e não tive um único problema para aprovar o procedimento. Fiz a cirurgia na época em que queria e já estava em casa no período planejado, ou seja, acho que esse planejamento e a ausência de problemas no pós-operatório foram fundamentais para a retomada da minha vida.
Assim, o único conselho que gostaria de dar a todos os leitores é que pesquisem muito. Quem tiver condições deve conversar com mais de um médico, pois cirurgia bariátrica não é uma operação estética. Há restrições que serão para sempre e, dependendo da técnica usada, é algo irreversível. Além disso, se a pessoa não seguir as orientações médicas e nutricionais, voltará a engordar.
É por isso que sempre tenho a cautela de tentar expor que a cirurgia me fez bem, mas não quero incentivar ninguém a se submeter a esse procedimento sem que tenha uma grande bagagem de informações sobre o assunto. Combinado?

Agora, após esse tempo todo, o que estou percebendo de melhor é:
- Perdi um pouco da gordura, mas continuo com o humor típico dos gordos, e isso não quero perder jamais
- O caldinho nojento só durou uma semana. Depois disso, a dieta é tranquila
- Não tenho fome anormal (só me ocorreu uma vez) e não passo vontade. Acho que tinha uma fonte inacabável por causa da tal grelina (hormônio da fome), pois depois que a retirei junto com o estômago virei uma pessoa normal
- Parecei de fumar e estou com nojo de cigarro
- Comecei a frequentar a academia (foto mais abaixo, tirada ontem) e percebi que meu corpo dói todo
- Estou entrando em roupas que não imaginava que voltaria a usar
- Finalmente desliguei a serra elétrica que tinha dentro de mim e parei de roncar
- Descobri que tenho uma mínima aptidão culinária, e cozinhar passou a me ajudar a perder a fome
- Tive a ideia de criar um novo site demonstrando que é possível comer muito bem mesmo após a cirurgia
- Passei a mastigar muito. Por isso, tenho necessidade de comer alimentos bem saborosos, já que ficam mais tempo na boca
- Consigo amarrar o sapato sem ter um suadouro infernal e o coração sair pela boca
- Meu exame de sangue já apresentou melhora significativa
- Acho que viverei uns 20 anos a mais

O que há de ruim após a cirurgia bariátrica
Desde que operei e retomei minha vida normal, recebo inúmeros questionamentos sobre o que há de ruim após a cirurgia.
Acho que isso é porque sempre apareço ou demonstro que estou bem, então não há nenhum comentário sobre sofrimentos que passei, como dor, enjoo, mal-estar ou coisas do gênero. O que existiu foi um “problema” na hora de comer um cação e um hambúrguer, mas nada que me fizesse passar mal.
Não sei qual a explicação médica, mas acredito que estou bem por fatores como: equipe médica qualificada, nutricionista eficiente, esforço gigantesco dos meus pais na alimentação, início das atividades físicas, apoio de todos os que estão acompanhado a minha luta e muita força de vontade minha parte, pois não é fácil resistir às tentações.
Mas, como nem tudo são flores, listo abaixo as principais coisas ruins que tenho enfrentado:
- Fraqueza: ainda que eu tenha um pouco de dor na panturrilha, especialmente durante a noite ou quando há mudança de tempo. Como não tinha isso antes, associo à cirurgia
- Frio: sempre fui uma pessoa friorenta, mas tenho sentido muito mais frio. Acho que estou perdendo gordura e, com ela, um pouco dessa “capa protetora”
- Dar goladas é impossível: não tem como dar aquelas goladas que fazem “glub, glub, glub”. Quando estou com muita sede, o máximo que consigo tomar é uma goladinha, e as outras a cada 1 ou 2 minutos. Não há chance de matar a sede de uma vez só
- Olfato de “cão farejador”: estou com um olfato apuradíssimo. Isso não é tão bom quanto parece, afinal, cheiro de cigarro, “sovaco” vencido, álcool, bafo, chulé, pum, etc são percebidos de forma intensa, e isso causa um transtorno insuportável. É preciso sair do ambiente ou de perto da pessoa imediatamente
- Sair para comer: é dificílimo comer fora. Até o grelhado muitas vezes é feito com um banho de azeite. Consegui comer fora apenas três vezes, e em todas comi peixe grelhado
- Desperdício de comida: comer fora é prejuízo na certa. Não consigo comer nem 1/3 do prato da meia porção que consta no cardápio. Mesmo assim, a conta precisa ser paga inteira…rsrs. Mas sempre peço pra embrulhar, como no dia seguinte ou dou para alguém na rua, pois não acho justo desperdiçar alimentos
- “Está doente?”: aquele conhecido que não vê você há mais de 90 dias vai ter certeza de que você está doente, em estado terminal
- Roupas: é ao mesmo tempo bom e ruim, pois, até o corpo estabilizar, comprar roupa é jogar dinheiro fora. Então, o jeito é usar as que tem: aperta daqui, aperta dali e vai dando um jeito. Mas em algumas ocasiões parece que estou dentro daqueles sacos de corrida usados em festa junina
- Como os outros comem: é involuntário, mas tenho percebido o quanto as pessoas comem comparando com o que estou comendo. Mesmo que essas pessoas não tenham mudado a quantidade de alimentos, hoje parece que elas comem muito, e isso dá um pouco de aflição
- Visitar os outros: nessa fase, é sempre complicado, pois todos querem lhe agradar. Às vezes, até fazem uma compra que acreditam ser light. Mas já tive que recusar em algumas ocasiões, pois havia me alimentado antes ou os alimentos não faziam parte da minha dieta
- Ir ao fórum: é um dilema. Para ver cerca de dez processos, dependendo do fórum, leva-se mais de 1h40. E aí você precisa sempre andar com uma garrafinha de água. Tenho carregado também uma bolacha de água e sal embrulhada, o que já me salvou em uma dessas andanças pelo Judiciário
- Preço dos alimentos: acho que os alimentos light são muito caros
- Tomar remédio: preciso dividir em três uma cápsula de um complexo vitamínico que tomo, mas sempre um pedaço esfarela…rsrs
- Shake de proteína: é um suplemente alimentar que tomei entre 90 e 150 dias após a cirurgia. O produto nacional fica uma papa e não desce ao bater com água. Já o importado é melhor, vai superbem, mas é caro pra “dedéu”
- Restrição alimentar: por 120 dias, não pude comer uma picanha, uma pizza ou um açaí, por exemplo





Com o que listei, é possível perceber que não há nada de tão ruim ou absurdamente difícil de superar. Não sei se isso um dia vai mudar ou não, porque pode ser que eu adicione ou exclua algumas coisas no futuro. Isso o tempo é que dirá, mas atualmente é isso que eu sinto.
Quatro meses após a cirurgia, já podia comer tudo o que tivesse vontade, mas com cautela com relação às calorias. Quando experimentei uma picanha, não consegui comer um pedaço inteiro, e isso vale até hoje. Tenho que comer em pedaços pequenos, mastigar bastante e retirar a gordura.
Açaí, acho que comi após uns seis meses. Como é líquido, desce bem, mas é muito calórico, então é uma coisa que gosto, tomo uma vez a cada 10 dias, mas não consigo comer uma tigela inteira. Vou até o limite do meu corpo – imagino que seja algo em torno de 150 ml.
Pizza, essa ainda está difícil. Já posso comer desde 90 dias de cirurgia, mas tenho comido apenas o recheio. A massa me estufa e na maioria das vezes sinto o gosto de farinha crua. Acho que, até hoje, consegui comer a massa apenas umas quatro vezes, mas para isso é preciso que ela seja fina e esteja bem torrada. A quantidade também diminuiu muito: antes comia facilmente uns 5 a 6 pedaços, enquanto hoje, se considerar só o recheio, como no máximo 2 pedaços. Nas vezes em que consegui comer a massa, não passou de um pedaço inteiro.
Em relação às frituras de submersão, mesmo estando liberadas, não consigo mais comer como antes. Acho que, em um mês, como no máximo duas vezes, e isso significa um pouco de batata frita e bolinhos, porque hambúrguer até hoje não consegui comer. Como misto quente, desde que seja na metade de um pão.O grande problema é a massa e o pão: quando como, estufo muito rápido e não vejo mais graça.
Agora sinto fome como uma pessoa normal, faço as 3 refeições diárias principais e como nos intervalos: lanche da manhã, tarde e uma fruta antes de dormir. Vivo tranquilo, sinto fome se pulo alguma refeição ou coisa do gênero, mas é uma fome normal. Já aquela voracidade que eu tinha antes da cirurgia era reflexo dos dias em que não me alimentei corretamente – daí o corpo sentiu.
Resumindo, se seguir toda orientação nutricional e comer direito, sinto uma fome normal. Mas, se eu pulo refeições e não respeito a dieta (comer menos do que devo) ao longo dos dias, quando faço algum exercício o corpo pede comida extra. Daí o motivo da fome que senti e relatei em um post anterior.
Bom, acho que é isso, mas, colocando na balança o que há de ruim e o que há de bom ao reduzir o estômago, tenho certeza de que, até agora, valeu muito a pena.

Faço minhas as palavras do colega acima ! e acrescento que a qualidade de vida que estou tendo agora, bem como os pequenos indicios de inicio de doenças terminaram todos !
Quer ler a matéria na integra, clique aqui:
http://g1.globo.com/platb/bem-estar-pensando-leve/2012/02/29/os-pros-e-contras-da-reducao-de-estomago/

#felizeobservando...
By Val

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